sexta-feira, 31 de agosto de 2012

ALGUNS SINAIS


















ORAÇÃO DO PAI NOSSO















 --->TE AMO

























Surdos enxergam melhor que ouvintes? 

 
Discovery: Os cientistas descobriram que as retinas de pessoas que nasceram surdas, ou que perderam a audição no início da vida, desenvolvem de forma diferente - e isso significa que eles têm uma melhor visão. Pesquisadores da Universidade de Sheffield descobriram que as células nervosas da retina são distribuídas de forma diferente para aqueles que são surdos e aqueles que podem ouvir. Isso os fazem priorizar o que eles podem ver na sua visão periférica mais distante, perto de seus ouvidos. Enquanto pesquisas anteriores já haviam descoberto o vínculo entre a surdez e aumento da visão periférica, os cientistas pensavam que o córtex visual no cérebro era responsável, não as retinas. Cientistas dilataram as pupilas dos participantes e depois digitalizaram suas retinas. Eles também mediram os campos visuais de ambos os olhos, para comparar com as digitalizações da retina. Os resultados, publicados na revista PLoS ONE, mostram uma significativa correlação entre as mudanças na distribuição da retina em indivíduos surdos e o efeito que isso teve, ampliando a sua visão periférica. Co-autor do estudo, o Dr. Charlotte Codina disse: "Nossa esperança é que, como nós entendemos melhor a retina e a visão das pessoas surdas, podemos melhorar os cuidados visuais delas."


Sonho em Sinais

A diferença entre uma língua falada e visual é muito grande. Pesquisas sugerem que o cérebro de um surdo nativo está organizado de forma diferente de uma pessoa ouvinte. Oliver Sacks, um renomado neurologista, psicólogo e escritor, autor do livro “Vendo Vozes – Uma Jornada pelo Mundo dos Surdos”, relata que durante uma visita à ilha deMartha´s Vineyard, onde a surdez hereditária era endêmica por mais de 200 anos, encontrou 
uma mulher de 90 anos que, às vezes, ao dormir, suas mãos ficavam se movendo constantemente. Mesmo no sono, a velha senhora conseguia esboçar sinais fragmentários. Sacks escreve: "Ela estava sonhando em sinais"!














Helen Keller

O livro é dedicado ” Alexander Graham Bell, que ensinou os surdos a falar e capacitou quem ouve a escutar as palavras do Atlântico às Rochosas, dedico esta história da minha vida“.
São ‘apenas’ 455 páginas. Alguns trechos!
“Gradualmente acostumei-me ao silêncio e à escuridão que me rodeavam e esqueci que algum dia fora diferente, até que ela chegou – minha professora, a que iria libertar meu espírito.”
“Não me lembro quando percebi pela primeira vez ser diferente das outras pessoas, mas eu sabia disso antes da vinda da minha professora. Eu notara que mamãe e meus amigos não usavam sinais como eu quando queriam algo, mas falavam com a boca. Às vezes eu ficava entre duas pessoas que conversavam e tocava seus lábios. Como não conseguia entender, ficava perturbada. Movia os lábios e gesticulava freneticamente sem resultado. Isso me deixava às vezes tão zangada que eu chutava e gritava até ficar exausta.”
“Quando caminhamos no vale da dupla solidão, conhecemos pouco das ternas afeições que se originam das palavras, ações e companheirismo carinhosos.”
“Após certo tempo, a necessidade de algum modo de comunicação se tornou tão urgente que essas explosões ocorriam diariamente, às vezes de hora em hora.”
“As crianças que ouvem aprendem a linguagem sem qualquer esforço especial; as palavras que caem dos lábios alheios são pegas por elas no ar, como se diz, prazerosamente, enquanto a criança surda precisa prendê-las numa armadilha através de um lento e geralmente penoso processo. Contudo, seja qual for o processo, o resultado é maravilhoso.”
“A criancinha que escuta aprende pela constante repetição e imitação. A conversa que escuta em casa estimula sua mente, sugere tópicos e faz surgir a expressão espontânea de suas próprias idéias. Essa troca natural de idéias é negada à criança surda. O surdo e o cego acham muito difícil dominar as amenidades da conversa. Como tal dificuldade deve aumentar no caso dos que são ao mesmo tempo cegos e surdos. Não podem distinguir o tom da voz ou, sem ajuda, subir e descer a escala de tons que dão significado às palavras, nem observar a expressão do rosto de quem fala – e um olhar é às vezes a própria alma daquilo que se diz.”
“Eu sabia que não podia ver; mas não parecia possível que todas as crianças ávidas e amorosas que se amontoaram à minha volta e se juntaram vigorosamente em minhas alegres brincadeiras fossem cegas também. Lembro da surpresa e da dor que senti ao notar que colocavam as mãos na minha quando eu falava com elas e que liam seus livros com os dedos. Embora já me tivessem dito isso, e ainda que eu entendesse minhas próprias privações, mesmo assim pensara vagamente que desde que elas podiam ouvir, deviam ter uma espécie de ‘segunda visão’; eu não estava preparada para encontrar uma criança e outra e mais outra privadas do mesmo dom precioso. Mas elas estavam tão felizes e contentes que perdi toda a sensação de dor no prazer de sua companhia.”
“Quem é inteiramente dependente do alfabeto manual tem sempre uma noção de restrição, de estreiteza. Isso começou a me agitar com uma aflitiva e ampla sensação de uma falha que devia ser preenchida. Com frequência, meus pensamentos se erguiam e se batiam contra o vento como pássaros e eu insistia em usar os lábios e a voz. Os amigos tentavam desestimular essa tendência, temendo que isso acabasse me decepcionando. Mas eu persistia, e logo ocorreu um acidente cujo resultado foi derrubar essa última grandiosa barreira – eu aprendi a história de Ragnhild Kaata.”
“Nenhuma criança surda que tente da maneira séria pronunciar palavras que nunca ouviu – sair da prisão do silêncio, onde nenhum tom de amor, nenhuma canção de pássaro, nenhuma melodia jamais penetrou – pode esquecer a exaltação da surpresa, a alegria da descoberta que lhe chega quando consegue pronunciar sua primeira palavra.”
“Aprender a falar em palavras com asas que não precisavam de interpretação era um bônus inominável para mim. Enquanto eu falava, pensamentos felizes flutuavam de minhas palavras, os mesmos que talvez pudessem ter lutado para sair de meus dedos em vão.” 
Na foto acima, Helen Keller e sua professora, Anne Sullivan.